segunda-feira, julho 24, 2006

luta desarmada

Há por aí quem sugira um movimento cívico, a propósito da história do Rivoli e do Sr. Rui Rio. (Não, não vou baixar o nível caindo no insulto fácil.) Sempre me fascinou aquilo que faz ou não com que os portugueses se indignem e se mobilizem mas isso fica para segundas núpcias.

Às vezes também se me dá uma urgência de salvar baleias mas sei que não passa de um devaneio romântico e inconsequente. No estado a que as coisas chegaram não vamos lá com "movimentos", mais ou menos mediáticos, que duram os quinze minutos da praxe. Nem com acções localizadas.

Precisamos de uma revolução cívica, uma que devolva esta cidade às pessoas.
É tal o espírito do lugar que vai resistindo a este lento esvaziar de gente. Mas, até quando? Não são só os quarteirões, um a seguir ao outro, que estão apodrecidos e devolutos. Esta cidade está deserta, a única coisa que cresce e se multiplica são os espaços vazios.

Vamos ocupar os edifícios abandonados. Tratar de os reconstruir, habitar cada canto, cada miradouro. Tomar posse desta cidade.
Sejamos teimosos. Sejamos territoriais. Sejamos tripeiros. Menos que isso, tudo isso, acho fraco. E mais vale estar quieto. O Sr. Rui Rio trata de tudo.