Carta
Porque ontem os poetas me garantiram que, como leitora, tenho toda a legitimidade para me apropriar e "corrigir" os poemas que se tornam meus, aqui fica um que sei de cor.
Carta
Há muito tempo, sim, que não te escrevo.
Ficaram velhas todas as notícias.
Eu mesmo envelheci: olha, em relevo,
estes sinais em mim, não das carícias
(tão leves) que fazias no meu rosto:
são golpes, são espinhos, são lembranças
(...)
A falta que me fazes não é tanto
à hora de dormir,
(...)
é quando ao despertar, revejo a um canto
a noite acumulada de meus dias
e sinto que estou vivo, e que não sonho.
Carta | Carlos Drummond de Andrade
Carta
Há muito tempo, sim, que não te escrevo.
Ficaram velhas todas as notícias.
Eu mesmo envelheci: olha, em relevo,
estes sinais em mim, não das carícias
(tão leves) que fazias no meu rosto:
são golpes, são espinhos, são lembranças
(...)
A falta que me fazes não é tanto
à hora de dormir,
(...)
é quando ao despertar, revejo a um canto
a noite acumulada de meus dias
e sinto que estou vivo, e que não sonho.
Carta | Carlos Drummond de Andrade

0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home