sábado, maio 20, 2006

com o cotovelo

Traduzir é um acto de generosidade, de entrega a um texto alheio para o tornar acessível. Traduzir é partilhar, é dar a conhecer. Uma oferta, sem protagonismos. (Com a honrosa excepção do Vasco Graça Moura, claro, que relega Shakespeare, Dante e outros para notas de rodapé)
Por isso fico "alternadeira" da vida com certas "traduções" em que tropeço. Podiam só ter sido feitas com os pés: incapacidade e incompetência. Mas, cada vez me convenço mais que são feitas com o cotovelo, com aquela pontinha que dói. Aquele prazer sádico em aniquilar um texto, sabotar beleza, estropiar imagens, só pode ser dor de corno.

2 Comments:

Blogger T D said...

será que o tradutor também não acrescenta um pouco de si ?

a questão da fidelidade do tradutor. eu pergunto-me sempre se os tradutores também não acrescentam o seu próprio sentimento.

(nos filmes, tento sempre não ler as legendas)

bom fds

maio 20, 2006 12:30 da tarde  
Blogger Justa said...

Bem, Teo, se for só um bocadinho...

Essa era uma outra discussão, a ter com mais tempo.

Eu, sempre que posso, corto nos intermediários. Mas quando preciso, gosto de confiar neles.

maio 22, 2006 4:46 da tarde  

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